Durante o fórum “Diálogos de Inovação”, realizado no último dia 7, o decano do Centro Técnico-Científico da PUC-Rio (CTC), Sidnei Paciornik, afirmou que a “reestruturação do processo de inovação exige mais interdisciplinaridade e deve envolver os alunos desde a graduação”. O professor disse que o apoio da FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa no Est ado do Rio de Janeiro) tem sido fundamental para o desenvolvimento do projeto “Ecossistema de Formação e Inovação para a Sociedade Digital, Inclusiva e Sustentável”, realizado desde o ano passado.
O fórum, que reuniu professores e especialistas no campus Gávea, teve a participação especial dos palestrantes convidados Stefano Maffei, diretor do Polifactory da Universidade Politécnico de Milão, e Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUC do Rio Grande do Sul.
Os dois são referências internacionais em inovação no meio acadêmico. Na parte da manhã, Stefano Maffei destacou a importância da interação entre arte e tecnologia. “Existe uma ideia tradicional do que é o design: algo pragmático e simples. Não é só isso, e eu acho que o desenvolvimento de um projeto traz possibilidade de aprendizado mútuo”, enfatizou.
Desde o século 19, a Politecnico de Milão contribui para a Itália figurar entre as nações mais destacadas no desenvolvimento de projetos inovadores. O modelo do Polifactory, o laboratório de inovação dessa universidade, é auto sustentável, por meio de pesquisa competitiva e consultoria externa. Em 2023, é destacada no 8° lugar do ranking QS World University, na categoria Design.
O makerspace e Fab Lab Polifactory desenvolve trabalhos em diferentes áreas. Entre os projetos apresentados por Maffei, estão estudos sobre mobilidade urbana, saúde respiratória, alimentação e desperdício, desenvolvimento infantil e meio ambiente.
No fórum, a cultura de inovação institucional foi o eixo central do encontro, que teve a participação de professores e alunos. Para Sidnei Paciornik, a inovação na PUC-Rio tem acontecido de maneira orgânica, por iniciativa de professores, departamentos e laboratórios. “Essas iniciativas têm um valor muito grande porque se comunicam com a indústria e os setores externos à universidade. O projeto de inovação financiado pela FAPERJ vem possibilitando diálogos como este que estamos tendo hoje. É um apoio fundamental para estimular que a inovação passe a ser parte do cotidiano da universidade, de forma metódica”, afirmou.
O professor Claudio Magalhães, do Departamento de Artes & Design, foi um dos participantes das mesas redondas propostas durante o evento, ao lado da gerente de Inovação da Coordenação Central de Parcerias e Inovação (CCPIN), Lara Frigotto. Magalhães é coordenador do NEXT: Núcleo de Experimentação Tridimensional da PUC-Rio, que cria soluções inovadoras em design, engenharia, arquitetura, medicina, entre outras áreas.
O professor Jorge Audy, da PUCRS, compartilhou as experiências no contexto do seu Estado, no qual sua universidade desempenha um papel fundamental como elo de inovação dentro das etapas produtivas da indústria. No centro do processo, está o TECNOPUC, Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, ecossistema que reúne mais de 250 organizações, empresas públicas e privadas, centros de pesquisa, startups e entidades profissionais e empresariais em uma comunidade articulada.
Na parte da tarde, a apresentação de Audy possibilitou trocas de experiências, análises e questionamentos. A pluralidade de perspectivas demonstrou a relevância do TECNOPUC como um polo de destaque na área de inovação, assim como a importância de eventos que estimulem o pensamento crítico e o diálogo acadêmico.