Problemas da sociedade precisam de soluções interdisciplinares

Entrevista com o professor Claudio Magalhães

O professor Claudio Magalhães, ex-diretor do Departamento de Artes e Design, acredita que o ambiente de convivência universitária vivido na PUC-Rio vai fortalecer os trabalhos dos grupos de alunos que se inscreveram no Edital do InterCriar, iniciativa da Faperj para fomentar inovação nos cursos de graduação da PUC-Rio. Para Claudio, que é membro do Comitê Gestor do Edital, a maior força do InterCriar vem justamente da exigência de que os grupos sejam interdisciplinares, estimulando a troca de conhecimentos entre alunos de diferentes Centros da Universidade.

“Os problemas da sociedade não são resolvidos por uma só disciplina. São necessárias soluções que integrem diversas visões”, afirma Magalhães, que está na PUC-Rio há 40 anos, sendo os primeiros quatro como aluno e, nos outros 36, como professor do Departamento de Artes e Design. Desde 2004 ele coordena o Laboratório de Gestão em Design (LGD) e, há dez anos, é um dos coordenadores do Núcleo de Experimentação Tridimensional (NEXT).

Magalhães foi entrevistado pelo site do InterCriar para falar de sua experiência com inovação na PUC-Rio e sobre a importância do trabalho interdisciplinar. Veja os principais trechos da entrevista:

O InterCriar foi lançado em julho por um Edital para que grupos de alunos de pelo menos dois Centros da PUC-Rio apresentassem projetos de produtos ou serviços que tragam soluções a problemas urbanos, dentro do tema “Cidades Inteligentes”. Onze equipes inscreveram propostas e, atualmente, seis estão em fase de análise final para iniciarem seus trabalhos, enquanto cinco não foram classificadas.

Magalhães elogia a Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), financiadora do InterCriar. “Eu vejo que esse Edital é muito bem-vindo e parabenizo a Faperj por ter percebido a necessidade de integrarmos formalmente a geração de conhecimento.”, afirma.

No InterCriar, os grupos interdisciplinares de alunos contarão com a tutoria de um professor para o desenvolvimento de seus projetos, que devem buscar inovações sustentáveis. Os grupos terão três meses para o desenvolvimento de suas propostas e, após esse prazo, os mais bem sucedidos terão a possibilidade de continuar o amadurecimento de suas ideias, podendo até mesmo chegar, em um terceiro nível, a formar startups que serão abrigadas pelo Instituto Gênisis.

Foi justamente ao apresentar um projeto inovador, quando ainda era aluno do Departamento de Artes e Design, que Magalhães iniciou sua trajetória profissional e acadêmica. Em 1984, ele desenvolveu o Aparelho de Escrita Manual Braile Direta, com bolsa de iniciação científica do CNPq e financiamento da Finep. O projeto foi realizado em parceria com o Instituto Benjamin Constant, escola de referência para deficientes visuais, criada em 1854 por Dom Pedro II.

Para os atuais alunos da PUC-Rio interessados em inovar, Magalhães tem um conselho. “É preciso ter curiosidade, interesse, fazer perguntas. Para inovar, a gente precisa perguntar para onde estamos indo, o que queremos fazer. Temos que desenvolver mais isso nos alunos, ter uma abordagem que estimule o discernimento”, diz o professor.

 

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