Nos dias 20, 21 e 22 de março a PUC-Rio recebeu o II Colóquio Internacional de Filosofia da Tecnologia da PUC-Rio, no Auditório Padre Anchieta. O encontro reuniu mais de 20 palestrantes de diversas áreas, instituições e lugares no mundo para discutir o tema “A Tecnologia e os Limites da Linguagem”.
Nos três dias de encontro, de 9h às 18h, foram realizados dois painéis, seis mesas temáticas e três conferências. No último dia, exclusivamente, o evento foi realizado de forma remota por causa das ameaças de temporal na cidade.
A pesquisadora e educadora Erin Glass, gerente de produto na Chainguard, finalizou o primeiro dia de evento com a palestra intitulada “Rumo a uma Infraestrutura da Sabedoria: uma esperança para o pensar na era da inteligência alienada”. A estadunidense declarou estar feliz em se apresentar no Brasil, já que parte do seu trabalho é inspirado no filósofo e educador brasileiro Paulo Freire.
— Fundamentei muito do meu trabalho de pesquisa em Freire, para pensar a educação e a tecnologia em si. Acho que, em muitas maneiras, a tecnologia pode ser comparada à educação, e há uma série de lições implícitas nisso.
Convidado pela Faperj, o professor Pieter Lemmens, da Radboud University, na Holanda, finalizou o último dia de palestras. O cientista participou da mesa que discutiu tecnologia e discurso sobre o clima, e falou sobre a relação entre tecnologia, a crise climática e o Antropoceno, termo utilizado por alguns cientistas para designar a era geológica marcada pelo impacto do homem.
— O aquecimento global é uma consequência da tecnosfera. Chamamos de biosfera a esfera da vida, e a tecnosfera é, de certa forma, algo à parte. Ela afeta o metabolismo do planeta. A tecnologia produz muita antropia, ações humanas que impactam negativamente a natureza. Perda de biodiversidade, aquecimento global, erosão do planeta.