“Ethos inovador da PUC-Rio” é tema de discussão na Conferência Anprotec

Foi selecionado para participar da Conferência Anprotec 2024 – conferência nacional de grande relevância para a área de inovação – o artigo “O ecossistema de inovação social sob a perspectiva de uma Universidade Empreendedora de ethos comunitário: o caso da PUC-Rio”. O texto é uma colaboração entre os professores Marcello Bório, da Escola de Negócios da PUC-Rio e Ruth Espinola Soriano do Departamento de Administração, e as alunas Luiza de Souza e Silva Martins, de Psicologia, e Anne Ramiro, de Assistência Social.

O trabalho demonstra uma faceta da instituição que não esteve sempre em evidência: a contribuição da Universidade para um ecossistema de inovação integralmente sustentável. Ou seja, com um olhar voltado para além do progresso isolado, para empreendimentos no âmbito social, cultural e ambiental. O artigo será publicado nos anais da Conferência Anprotec 2024, que será realizada entre os dias 2 e 5 de dezembro, no Parque de Inovação Tecnológica (PIT) em São José dos Campos. 

Há mais de 15 anos se fala de inovação, com olhos para o aspecto socioambiental. Isso é o que explica a professora Ruth Espinola, uma das autoras do artigo. “Entrei na PUC-Rio em 2009 para trabalhar no Instituto Gênesis, na área de cultura empreendedora. Na época, já não falávamos em ‘impacto’, mas em “empreendedorismo social e cultural”, lembra Ruth. Ela conta que foi atraída pelos chamados ”empreendedores das humanidades” que, aliados à tecnologia, inovavam na área social e cultural. “Virei professora da Universidade, em 2012, e passei a trabalhar justamente com temas de empreendedorismo social. Tive a oportunidade de ver nascer e crescer, em sala de aula, vários empreendimentos sociais, que estão expressos no texto.”

Um deles é o Cinema Nosso, organização sociocultural que promove a inclusão de  jovens de favelas, periferias e outros espaços populares no campo do audiovisual, com iniciativas de apoio ao empreendedorismo e empregabilidade na área. O projeto nasceu nos anos 2000, no Gênesis, liderado pelos então alunos Luis Lomenha e Mercia Brito. Outro exemplo é a marca de óculos sustentáveis Zerezes, criada em 2012 nos laboratórios de Design da Universidade, pelos ex-alunos Luiz Rocha e Hugo Gallindo. A startup de impacto “Água Camelo”, premiada pela World Water Forum em 2024, foi ideia dos egressos Rodrigo Belli, Daniel Ilg e João Piedrafita. Surgiu com o objetivo de possibilitar o acesso à água potável para famílias em situação de vulnerabilidade.

“A importância do nosso trabalho está em dar visibilidade e potencializar este trabalho de inovação, que já existe dentro da PUC-Rio”, explica a pesquisadora Anne Ramiro, que contribui para o artigo como estagiária da professora Ruth Espinola. “A atmosfera da PUC-Rio favorece o fortalecimento da veia que os alunos já têm. Oferece um espaço para amadurecimento, aprendizado e motivação, para que cada aluno possa levar a inovação para a própria comunidade.”

São mencionados no artigo os projetos submetidos aos editais InterCriar, iniciativa da Faperj para fomentar inovação e interdisciplinaridade na esfera da graduação da PUC-Rio. Um deles é o projeto Favela+Segura, criado pela dupla de estudantes Thiago de Lima Alves, de Geografia, e Alexandre Júnior, de Ciência da Computação. O grupo desenvolveu uma ferramenta de alerta para enchentes, pensada para a comunidade do Rio das Pedras, que sofre com alagamentos. O produto é de baixo custo, e a ideia é que os moradores aprendam a montagem, em oficinas realizadas pelo projeto, e possam reproduzir a tecnologia com autonomia.

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