Em julho deste ano, o aluno de Engenharia de Produção Pedro de Melo embarcou rumo à África do Sul para representar a PUC-Rio na Universidade de Pretória, em uma pesquisa de campo. Trata-se do programa de pesquisa TSRG – Transcultural Student Research – oferecido pela universidade alemã Zeppelin University, que reúne alunos de universidades de todo o mundo para estudar diversos temas e produzir artigos.
Em 2024, as pesquisas foram em torno do campo da sustentabilidade. O grupo de Pedro, composto também pelo togolês Columbo Amedekanya e pela sul-africana Onthatile Mswelise, se dedicou a estudar as práticas indígenas da África do Sul e do Brasil. O objetivo é entender estes saberes para integrá-los em políticas de desenvolvimento de forma eficaz, para alcançar metas de sustentabilidade no Sul Global.
Pedro foi selecionado para participar do TSRG pela representante do programa na PUC-Rio, a professora Ruth Espinola, e desde março vem recebendo treinamento online. Na Universidade de Pretória, junto com estudantes locais e da Alemanha, Vietnã, Polônia e Índia, o brasileiro participou de workshops e palestras sobre sustentabilidade. Depois, seguiu para a parte prática do trabalho.
“Entrevistamos o líder do povo Khoisan, grupo indígena mais antigo da África do Sul”, conta Pedro. No Brasil, ele entrevistou a líder indígena Wilma Pataxó, que compartilhou sua história, cultura e visão sobre os desafios e o potencial dos povos indígenas no país.
Nas anotações do grupo sobre a entrevista, lê-se “Wilza acredita que, se as práticas indígenas forem integradas às políticas públicas, o Brasil estará em um caminho mais seguro rumo ao desenvolvimento sustentável. Ela vê os povos indígenas como aliados essenciais no combate às mudanças climáticas e na preservação do meio ambiente.”
A entrevista e toda a pesquisa do grupo está no artigo “A peça que falta no quebra-cabeça do desenvolvimento: Aprendendo com as práticas indígenas para abrir o caminho para um futuro sustentável para o sul global – uma análise comparativa dos grupos indígenas no Brasil e na África do Sul”, que será publicado em fevereiro de 2025.