Laboratório de Humanidades Digitais promove oficina de rastreamento ocular

Nos dias 27, 28 e 29 de maio o Laboratório de Humanidades Digitais (LabHD) recebeu uma turma de 12 alunos para o workshop “EyeLink Portable Duo — Rastreamento Ocular”, ministrado pelo professor convidado João Marcos Munguba Vieira, pesquisador da Universidade de Southampton, na Inglaterra. O EyeLink Portable Duo é um dos dispositivos de rastreio ocular mais avançados do mercado, útil para pesquisas em diversas áreas, e a PUC-Rio é uma das poucas instituições de ensino superior que possuem o equipamento.

Durante os três dias de oficina, os participantes do workshop aprenderam a montar experimentos usando softwares especializados, e depois puderam ver na prática o funcionamento destes experimentos no equipamento.

— Nas aulas, eu mostrei o passo a passo para montar um experimento — contou Munguba — Primeiro é preciso dispor informações básicas em uma planilha, depois passá-las para o programa, configurá-lo, conectar o experimento ao rastreador e testar em si próprio para ver se está funcionando corretamente.

Os equipamentos de rastreamento ocular podem ser empregados na pesquisa acadêmica e para além dela. Isto é o que explica a professora Érica Rodrigues, do Departamento de Letras, que fez o convite à Munguba para vir à PUC-Rio lecionar no workshop. 

 — Sou pesquisadora do Laboratório de Psicolinguística e Aquisição da Linguagem (LaPAL), e lá realizamos experimentos com linguística, para investigar questões de processamento na leitura, por exemplo. Sei que os rastreadores oculares, hoje em dia, também são muito utilizados na área do marketing, para responder questões como “onde é o melhor lugar para inserir um anúncio em um site?” ou “qual local da prateleira recebe mais atenção em um supermercado?”

No último dia do workshop, os alunos tiveram a oportunidade de testar o experimento que montaram durante as aulas. Para isso, foram designados dois computadores, um para leitura e o outro para observação dos dados coletados pelo sensor a partir do exercício. Posicionado a frente da tela de leitura, o EyeLink emitiria um feixe de luz infravermelha, e desta forma conseguia rastrear o processo de leitura com uma precisão de pixels por milissegundos. A voluntária para o exercício de leitura foi a mestranda em Estudos de Linguagem Maria Clara Abend. 

— Vim da UERJ, e lá a gente trabalha com uma pesquisa de seleção de imagens e contagem de tempo, justamente porque não temos acesso a esta ferramenta — contou Maria Clara — A nossa meta é continuar com esta pesquisa utilizando um rastreador ocular, para chegar a resultados mais precisos. Então aproveitei a oportunidade para vir aqui aprender, e foi ótimo. É uma tecnologia impressionante. 

O workshop “EyeLink Portable Duo — Rastreamento Ocular” recebeu apoio do projeto “Ecossistema de Formação e Inovação para a Sociedade Digital Inclusiva e Sustentável”, da FAPERJ.

 

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